A motivação humana relacionada com o trabalho é um
dos assuntos que mais vem inspirando trabalhos acadêmicos, bem como palestras e
conferências em eventos empresariais nas últimas décadas. No entanto o assunto
ainda gera uma série de dúvidas sobre como se procede a esse processo
motivacional no trabalho. Então, como utilizo o tema em várias aulas, posto aqui
no blog este artigo, com a intenção de auxiliar mais ainda no debate sobre o assunto.
Sabe-se que
toda empresa quer profissionais motivados, animados e interessados em fazer seu
melhor. Para isso, porém, é preciso saber estimular esse comportamento,
oferecendo mecanismos e ferramentas para tal. O problema é que nem todo gestor
sabe que, muitas vezes, ao invés de estar motivando ele pode estar fazendo o
inverso.
Motivação é
uma palavra que vem do latim "movere" (motor) e diz respeito à
energia que alguém despende para atingir aspirações, desejos, desafios e
necessidades individuais. Sendo assim, a motivação é interna e pode-se, até, dizer
que ninguém possui a capacidade de motivar outra pessoa, mas transmitir
positividade por meio do incentivo, que se chama influência positiva ou o
inverso, por meio da coerção e ameaças diversas, chamada influência negativa. O
interessante é que se não é possível motivar um profissional, com certeza pode-se
desmotivá-lo.
O gestor tem
um papel fundamental nesse processo e quando não mantém um bom relacionamento
com a equipe acarreta a diminuição da produção e gera um clima de desânimo e
apatia.
No
geral, os fatores que
influenciam a motivação humana no trabalho são: realização pessoal, reconhecimento, segurança, perspectivas
de futuro, bom clima organizacional, trabalho
em equipe, desenvolvimento das pessoas, ambiente de trabalho seguro e saudável e,
principalmente, a liderança. Quando a liderança de uma empresa está motivada mostra-se
por meio de atitudes. E quando isso acontece a empresa inteira fica motivada,
pois o tom parte do comando, facilitando, assim, o trabalho em equipe e o
desenvolvimento das pessoas, fazendo com que as mesmas se sintam mais
respeitadas no ambiente de trabalho.
Em relação ao
aspecto da empresa que, evidente, influencia na motivação da turma, é
necessário que ela mantenha um bom nome no mercado, tenha perspectiva de
crescimento, tenha foco de atuação e seus gestores sejam, modernos,
transparentes, éticos, competentes e antenados com os novos modelos e práticas
de gestão. Quando isso não acontece as pessoas sentem que estão trabalhando no
vazio e que qualquer contribuição que venham a fazer será ignorada.
Os
profissionais de hoje não querem apenas cumprir ordens e fazer tarefas
mecânicas gostam de construir algo valioso e esperam também que seus colegas e
gestores reconheçam os esforços que aplicam na empresa, ou seja, são movidos
pelo apreço e prestígio que recebem das outras pessoas com as quais interagem. A empresa pode ajudar seus funcionários a se
manterem motivados dando as condições para que os esses fatores
motivadores façam parte do dia-a-dia das pessoas que lá trabalham.
Muitas empresas, ainda, se
valem de bons salários achando que apenas isso motiva seus funcionários, isso
pode até segurar o profissional, mas ao contrário do que muitos gestores pensam
a motivação vai muito além de dinheiro. Evidente que salário, remuneração e
benefícios são importantes. Sem isso não há ser humano que possa estar
motivado. Um bom salário, por si só, não vai causar motivação, mas a falta dele
é um elemento forte de desmotivação. Mas não é só o salário que influi na
questão do resgate a motivação. Existem pesquisas indicando que três meses após o
aumento de salário, o profissional já não vê tal acréscimo como beneficio, pois
logo se adapta a nova remuneração. O que continua a motivá-lo é saber que seus
esforços foram reconhecidos na forma de um aumento salarial, bem como a
existência dos demais fatores de motivação.
Na prática existem maneiras erradas de motivar
os funcionários. Umas delas é pensar que existe motivação em massa, ou seja, é errado
acreditar que o que motiva um profissional motiva todos. Os líderes que não
conhecem cada um dos membros de suas equipes podem cometer esse erro. É
importante conhecer cada um, entendendo suas necessidades e interesses. A
figura a seguir retrata bem o problema. O que fica exposto é a desmotivação
mostrada pelo funcionário, porém vários fatores podem causá-la.
Os profissionais para se sentirem
motivados, querem desafios constantes. É uma oportunidade de superar uma meta e de mostrar um bom trabalho. Mas os
desafios precisam ser realizáveis. Alguns líderes pensam que motivam sua equipe
estipulando um desafio absurdo, que dificilmente será atingido. Nesse caso o profissional
sabe que não vai conseguir e logo fica desmotivado. O líder também pode
desmotivar alguns membros da equipe quando está tentado motivar outros.
Promover um funcionário, por exemplo, sem dúvida fará com que esse profissional
se motive. Porém, se essa promoção não for clara, ou seja, se os demais não
entenderem os motivos dela, será um grande fator de desmotivação para os demais
membros.
Outro
fator importante é fazer (e saber fazer!) um feedback. Existem líderes que acreditam
que fazer uma crítica fará com que o profissional queira mudar, melhorar e
virar o jogo. Por isso, ao dar um feedback, criticam de maneira grosseira o
trabalho do profissional - pensando que ele irá querer melhorar. O problema,
novamente, é que as pessoas são diferentes, ou seja, alguns são automotiváveis,
enquanto outros desanimam totalmente. O correto é fazer um feedback bem
estruturado, ou seja, apontar os pontos fracos, aqueles que devem ser
melhorados, observando a maneira de falar e ainda ressaltar os pontos fortes do
trabalho do profissional.
O
feedback é uma ferramenta de aplicação bastante delicada. Se o líder prefere
não fazer, porque acha que a ausência fará o profissional pensar que não há
nada de errado com seu trabalho, isso pode ser um engano. Sem uma avaliação do
seu trabalho o profissional pode sentir que não é importante, que seu trabalho
não faz nenhuma diferença.
Outro fator que pode gerar grande
desmotivação é prometer coisas e nunca cumpri-las. Desde sinalizar uma promoção
que nunca chega, até coisas menores, como uma visita ao cliente, a participação
em um projeto, novos desafios e remuneração maior. Claro que inicialmente o
profissional vai se motivar, mas, quando ele entender que nada acontece, a
situação pode ficar muito ruim.
Um aspecto importante também é saber
delegar, se o líder delega funções extras a um membro da equipe, é preciso que
ele também dê o suporte necessário. Muitas vezes os profissionais podem sentir
que não estão preparados para assumir determinadas tarefas e, se não puderem
contar com o suporte do líder, o que deveria ser um fator motivacional, acaba
desmotivando.
O líder também deve saber que autonomia
é importante para alguns profissionais. Logo, se ele delegar algumas funções,
mas continuar centralizador demais, isso pode ofuscar a motivação inicial de ter
assumido novas responsabilidades.
São vários os fatores que levam o
funcionário a ficar desmotivado. E o assunto não está esgotado, evidente. O que
se quis mostrar neste texto é a forte participação da liderança no processo de
desmotivação. Sim, desmotivação. Como se destacou aqui a motivação é um processo
de “dentro para fora” do indivíduo, mas a desmotivação pode ser causada por vários
fatores e com um peso muito grande da liderança.
O
importante é que não devemos nos deixar levar por esses fatores negativos, precisamos
olhar prá frente e buscarmos nossos objetivos. Se a empresa não reconhece, paciência,
fora dela está cheio de oportunidades boas para profissionais interessados e
competentes. Pense nisso. Abaixo deixo uma reflexão do Augusto Cury.
Desejo que você
Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.
Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.
Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.
Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.
Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,
Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.
Seja um debatedor de ideias. Lute pelo que você ama.
Não tenha medo da vida, tenha medo de não vivê-la.
Não há céu sem tempestades, nem caminhos sem acidentes.
Só é digno do pódio quem usa as derrotas para alcançá-lo.
Só é digno da sabedoria quem usa as lágrimas para irrigá-la.
Os frágeis usam a força; os fortes, a inteligência.
Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina,
Pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas.
Seja um debatedor de ideias. Lute pelo que você ama.
Referências
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas organizações. 4ª ed.
São Paulo: Atlas, 1997.
MAITLAND, Iain. Como motivar pessoas. São Paulo: Nobel, 2000.
WAGNER III, John A.
Comportamento organizacional. São Paulo: Saraiva, 2000
http://www.bonde.com.br
Entrevista com o consultor Wellington Moreira
Figura
Iceberg do problema: pesquisada em http://admantenados.blogspot.com.br
Oi Carmem, muito bom o texto. Principalmente pela diferença aprofundada entre o que motiva e o que desmotiva.
ResponderExcluirAdorei o texto, usarei dentro do Centro Acadêmico de Engenharia de Pesca - CAEP-UFPA para motivar o restante dos membros a trabalharem para o crescimento do grupo e também do curso, haja visto que somos representantes dos discentes.
ResponderExcluirObrigado pelo maravilhoso texto, beijos
Oi Carmem, bom dia, gostaria de saber mais sobre esta pesquisa da desmotivação após os 3 meses, onde posso conseguir??
ResponderExcluirOlá Eng. Davi.
ResponderExcluirColoquei alguns links. Existe uma outra pesquisa recente em http://noticias.r7.com/educacao/noticias/salario-e-a-principal-desmotivacao-do-profissional-aponta-pesquisa-20130219.html
Obrigada.