Encerro hoje a
postagem de algumas expressões populares. Espero que tenham aproveitado e,
para quem não conhecia, ficou sabendo que existe o significado histórico para
aquilo que costumamos dizer e nem imaginamos de onde vem ou foi aplicado.
Aproveitem!
37. “Enfiar o pé na jaca”
EXPRESSÃO POPULAR GANHA CONTORNOS
PITORESCOS NA PESQUISA POR SUA ORIGEM
Quem enfia o pé numa jaca vai ter
dificuldade em romper a casca da fruta. Se conseguir e chegar à polpa, pode
saboreá-Ia, como muita gente faz, livrando-se dos caroços em cada gomo. Mas,
realmente, não é a melhor maneira de comer jaca, há outras mais Civilizadas...
Essa rude opção alimentar, porém, nada
tem a ver com a expressão enfiar o pé na laca. A história seria bem outra.
Antigamente, os tropeiros paravam nas
vendinhas do caminho para molhar
a garganta com uma pinga. Quando se excediam e enchiam a
cara, já bebuns, na hora de pegar o cavalo para ir embora às vezes acontecia,
ao subir no animal e jogar a perna esquerda para montá-Io, errar e pisar no
jacá - o cesto que levava as mercadorias - e, não raro, esborrachar-se de cara
no chão.
Daí teria nascido a expressão: quando
alguém bebia demais, dizia-se que enfiara o pé no jacá - no jacá! Jaca, a
fruta, não tem nada com isso, nem que a novela da Globo quisesse enquanto
esteve no ar... Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )
38. “Torcer o pepino”
Provérbio chegou ao Brasil com os
portugueses
O provérbio "É de pequeno
que se torce o pepino" é usado para transmitir a ideia de que, quanto mais
cedo se ensina, melhores são os resultados, de que é na infância que se educa.
Trata-se de um provérbio antigo, que chegou ao Brasil, provavelmente antes de
1600, trazido pelos portugueses. Os lusitanos, porém, preferiam a variação
"De pequenino, se torce o pé ao pepino".
Como o pepino era raríssimo em Portugal
nesse período, tudo indica que o provérbio tenha se originado na França. De
acordo com o escritor Luís da Câmara Cascudo, no livro Locuções
Tradicionais no Brasil, pepino também podia
significar, para os franceses, sentimentos como a paixão e os caprichos
amorosos. L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
39. “Onde a porca torce o rabo”
Camões já utilizava essa expressão em
1556
Usada para se referir a uma situação
difícil, cuja solução exige habilidade, a expressão "Onde a porca torce o
rabo" tem como explicação mais provável o costume antigo de torcer o rabo
dos porcos quando eles incomodavam com seus guinchos. Esperava-se que, assim,
eles se calassem. Esses momentos de silêncio foram associados, então, a
momentos de tensão, os quais acabam exigindo concentração.
O certo é que essa expressão já era
popular em Portugal em meados de 1500: Podemos encontrá-Ia no Disparates da
Índia, de Luís de Camões, escrito por volta de 1556:
"Na paz mostram coração'; Na
guerra mostram as costas;! Porque aqui torce a porca o rabo". L. L.
(AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
40. “Memória de elefante”
Inteligência do animal deu origem à
expressão
Empregada para elogiar quem tem facilidade
de se lembrar de acontecimentos, a expressão tem a ver com a capacidade do
animal de reconhecer rotas e outros elefantes mesmo quando separados por
décadas. Seguindo essa versão, uma frase do escritor Hector Saki, de 1910,
ajudou a popularizar a citação: "Mulheres e elefantes nunca esquecem uma
ofensa". Nascido em Burma, ele era familiarizado com o animal. O filme No Caminho dos
Elefantes, de 1954, mostra a história de uma mansão
construída no Ceilão, na rota que esses animais faziam para beber água. Embora
tivessem sido guiados por outros caminhos, eles sempre refaziam o original.
CAMILA STAHELIN. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
41. “Presente de grego”
Cavalo de Troia motivou o
surgimento da frase
O termo, usado quando se recebe algo
indesejável, tem ligação com a lendária Guerra de Troia. Os gregos, fingindo
abandonar o conflito, deixam um cavalo de madeira nas muralhas de Troia, que
acaba levado para a cidade pelos moradores. À noite, os soldados escondidos no
cavalo derrotam os troianos. Ao narrar a guerra, Virgílio escreveu, no século 1
a.C.: "Temo os gregos até quando trazem presentes". No Brasil, uma
das mais antigas referências é de Machado de Assis, em 1880: "Certo é que
os diamantes corrompiam-me um pouco a felicidade; mas não é menos certo que
uma dama bonita pode muito bem amar os gregos e os seus presentes", C. S.
(AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
Fonte: Uma das
principais fontes de pesquisa foi o Site do Prof Nélson
Sartori que resgata os conceitos de revistas especializadas
como LÍNGUA
PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO e AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril .
Adorei seu blog e já estou seguindo companheira e conterrânea!!!!Parabéns pelas blogadas.Bjss na alma!!!
ResponderExcluirobrigada, querida. Bjos.
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