Workaholic é uma gíria em inglês que significa alguém viciado em trabalho; um
trabalhador compulsivo e dependente do trabalho. Um indivíduo workaholic
geralmente não consegue se desligar do trabalho, mesmo fora dele. Muitas
vezes deixa de lado seu parceiro, filhos, pais, amigos e família. Seus
amigos acabam sendo apenas os que convivem no ambiente de trabalho. Esse
tipo de pessoa sofre e acaba tendo uma qualidade de vida muito ruim, pois as
pressões do dia-a-dia e a auto-estima exagerada fazem com que este tipo de
profissional tenha insônia, mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas
em situações de pressão e pode chegar a causar depressão, entre outros efeitos
nocivos.
Um dos maiores receios de um workaholic é o medo de fracassar, esse medo
faz com que ele se condicione e continue sempre dando o melhor de si na busca
por resultados. Porém, os workaholics estão perdendo espaço, uma vez que as
empresas estão cada vez mais preocupadas com a saúde do seu funcionário e em
ajudá-los a equilibrarem sua vida profissional com a pessoal. Outra coisa: o
workaholic também consome muitas horas extras, o que também prejudica a
empresa.
Especialistas questionam o fato de longas jornadas de trabalho serem
sinônimo de produtividade e resultados positivos. No fim de
semana, o profissional acessa o e-mail da empresa e resolve algumas pendências.
Na segunda-feira, fica três horas a mais na sede da organização, na terça faz
outras duas extras, assim como na quarta e na quinta. Quando chega o último dia
da semana, ele está tão cansado que não consegue fazer o serviço render e ainda
compromete a qualidade de seu trabalho.
Como afirma Lourdes Lovison, gerente de projetos da
Advis consultoria de Recursos Humanos: “seria imprudente, no entanto, afirmar
que as empresas não gostam de profissionais extremamente disponíveis e capazes
de serem acionados a qualquer momento. As organizações continuam amando o workaholic,
aquele que não fica chateado em ser chamado no sábado, que não se importa de
cancelar compromissos pessoais e que fica até mais tarde com frequência. Não dá
para achar que o empregador quer cortá-los. Mas isso não quer dizer que seja
produtivo para nenhuma das partes.”
Pena
que só servem enquanto são os “inocentes úteis”, porque qualquer deslize, erro
ou desentendimento no trabalho será considerado tão ruim como qualquer outro.
Se adoecer, então, adeus! Esse não serve mais! Observem a seguir.
Vários são os riscos de trabalhar em excesso,
abaixo relaciono alguns deles:
— Os colegas se afastam e a pessoa pode virar
objeto de chacota. O workaholic passa a imagem que está querendo aparecer para
a chefia. Sua conduta pode dizer nas entrelinhas que os colegas são preguiçosos
ou displicentes com suas tarefas.
— A empresa fica preocupada com um futuro
afastamento por doença ou processo trabalhista. E nem sempre vê esse
funcionário como esforçado ou dedicado. Pode encará-lo como alguém limitado e
que não tem competência para cuidar de suas tarefas durante o horário de
expediente.
— Nem sempre a culpa é do funcionário. Essa posição
de workaholic pode ser imposta pela empresa por diversos motivos. Há
organizações ainda hoje que adotam a política do "terror", de ameaças
constantes de demissões.
Algumas razões que levam a pessoa a essa situação:
— A insegurança pode ser um dos motivos que levam
alguém a se tornar workaholic. O medo de ser demitido leva o profissional a
querer produzir por si e pelos outros.
— A pessoa que é muito autocrítica e cobra muito de
si mesma. Ela nunca acha que seu trabalho está bom o suficiente, por isso
trabalha mais do que o necessário para se superar.
— Problemas em casa: ao estender a jornada, a pessoa
evita outros ambientes em que as coisas não andam bem.
— Não saber estabelecer prioridades. Há quem
realmente tem dificuldade em organizar o seu tempo.
—"Quem não é visto, não é lembrado" é o
lema do profissional que acredita na promoção por contato com o gestor.
— Perfil muito competitivo: aquele profissional que
teme ser superado pelos colegas. Ele acredita precisar mostrar que trabalha
mais do que os outros.
— O profissional que não sabe trabalhar em grupo,
delegar ou dividir funções acaba sobrecarregado (e, consequentemente,
trabalhando demais).
Papel do RH
— Quando uma situação dessas é detectada, a área de
recursos humanos precisa intervir.
— Não adianta apenas proibir horas extras ou
trancar o escritório em um determinado horário. Para saber como mudar esse
quadro, o RH precisa atuar de maneira estratégica.
— Conversar com o funcionário para entender a
origem do problema dele é fundamental.
— No caso de insegurança, indefinição profissional
ou ainda falta de capacidade para eleger prioridades ou dizer não, o
acompanhamento de um coach pode ser a solução.
— Caso o problema seja da empresa, o profissional
precisa ser assertivo e ter elementos concretos na hora de colocar o tema para
a área de RH. Por exemplo, fazer uma lista de tarefas com o tempo necessário
para cada uma ser realizada, um relatório detalhado sobre os elementos e a
infraestrutura necessários para um projeto. Além de uma descrição passo a passo
da atividade solicitada com as tarefas e etapas essenciais para se chegar ao
resultado esperado.
Em artigo da Revista Exame (Agosto de 2011), “Workaholic: de herói a vilão”, postado por: MSA RH -
Categoria: Comportamento, afirma-se
que o workaholic é visto como um
profissional moralmente manco, que penaliza os demais pela sua
própria falta de planejamento.
Pode-se citar um
exemplo: um talentoso jovem profissional brasileiro, recém chegado aos
Estados Unidos, cheio de gás, ralou sem trégua dias seguidos no novo trabalho.
Queria impressionar a direção: todos os dias ele entrou mais cedo e saiu mais
tarde, com almoço de 20 minutos, fim de semana nem pensar. Estava crente de que
abafava, mas levou um tremendo susto. Chamado pela gerência para uma conversa
séria, ouviu a advertência: ou diminuía aquele ritmo alucinado ou seria demitido. A sua atuação frenética não
interessava, provocava estresse
nele
próprio e em todos à volta. Pior: dedicar tantas horas ao trabalho para fazer
algo que os demais colegas resolviam dentro do expediente
era sintoma de baixa produtividade ou incompetência.
Foi-se a moda em que o workaholic, era
valorizado pelo mercado. Hoje banido à vala comum dos viciados, seus integrantes perfilam
ao lado dos alcoólatras, drogados e de uma nova classe em ascensão, os
fumantes, na categoria “indesejável social”. Pessoas que fazem do trabalho a razão de ser na vida não são
propriamente uma novidade. E, contabilizados ganhos e perdas, pesaram bem
mais as segundas. Assim, de herói, o workaholic virou vilão. Mas é preciso cuidado nessa rotulagem. Nem sempre é fácil
distinguir um trabalhador legitimamente dedicado de um workaholic. Um médico que
se entrega de corpo e alma durante 70 horas por semana à saúde de seus
pacientes pode ser menos viciado em trabalho que um contador que se dedica 40 horas aos livros de caixa. Nesse
caso, o que define o viciado é o tipo de vida que leva fora do
trabalho. Assim, por exemplo, o médico
laborioso ao extremo pode ter uma equilibrada vida social e familiar, enquanto
o contador pode ser do tipo que não quer nem voltar para casa. O workaholic sobe uma escada que o conduz
à compulsão. O que o diferencia dos
demais trabalhadores é a capacidade de se apaixonar pelo processo em si, o que inclui um desempenho interminável e neurótico em seu
fazer.
Para concluir, antes da pesquisa, o que se sabe é que o trabalho quando adequado ao seu perfil profissional e associado a outras variáveis como: bom ambiente físico, boa liderança, salário atraente etc, são fatores de satisfação para o indivíduo. Mas usar isso como o foco principal da vida, é perigoso, porque as empresas, inconstantes que são, por qualquer motivo dispensam o funcionário (e a culpa de qualquer coisa que aconteça, é sempre dele). Então deve-se procurar um equilíbrio entre a vida social, familiar e o trabalho. Com certeza essa harmonia só trará benefícios à qualquer pessoa que se encontra, ainda, exercendo suas atividades profissionais.
Boa Sorte!
PESQUISA
Uma pesquisa (em 2011) da CareerBuilder com mais de 3.065 profissionais
mostra que muitos desses profissionais estão experimentando os sinais de perigo
do vício em trabalho. A semana de trabalho de 40 horas é um mito para a maioria
dos funcionários. Outros indicadores incluem constantemente levar trabalho para
casa, falar ou pensar o tempo todo sobre o negócio, e, literalmente, sonhar com
o trabalho à noite.
Segundo Rosemary Haefner, vice-presidente de recursos humanos da
CareerBuilder, “com o aumento da demanda nas empresas e maior acessibilidade
por meio de dispositivos móveis, a jornada de trabalho, literalmente, nunca
termina para alguns trabalhadores".
A seguir está o resultado da pesquisa - Workaholismo em
ascensão.
52% dos trabalhadores dizem que colocam mais do que 40 horas por semana,
14% colocam mais de 50 horas por semana
51% dos funcionários dizem que suas cargas de trabalho têm aumentado ao longo dos últimos seis meses
27% dos
trabalhadores não têm tido um dia de folga ou doente nos últimos anos.
26% dos trabalhadores tem problemas de
saúde experientes ligados ao estresse no trabalho
31% dos funcionários trazem trabalho para
casa pelo menos uma vez por semana,
10% dos funcionários trazem trabalho para casa, pelo menos a cada dois dias.
24% dos
trabalhadores dizem que quando se está em casa ou em um evento social, ainda está pensando em trabalho.
19% dos
trabalhadores dizem que muitas vezes sonham com trabalho.
16% dos trabalhadores dizem que a maioria de
suas conversas, mesmo em casa ou em grupo, tendem a focar no trabalho.
22% dos funcionários dizem que não têm
tempo para perseguir interesses pessoais, porque eles estão sempre trabalhando
12% dos trabalhadores dizem que a quantidade
de tempo que eles gastam em tarefas relacionadas com o trabalho está causando
atritos com a família.
9% dos
trabalhadores dizem que estão mais preocupados com a aprovação de seu chefe do que de sua família
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