Sempre pesquisei sobre
as expressões populares que utilizamos em nossa língua. No site do Prof Nélson Sartori, encontrei
algumas delas. Vou publicar, a cada final de semana, as mais conhecidas e que circulam até hoje entre nós. O professor resgata os conceitos de revistas especializadas
como LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO e AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril .
1. “Sangue nos olhos”
Quanto mais vontade de vencer, melhor o
termo é usado para caracterizar pessoas que são destemidas, amam desafios e
encaram os obstáculos com uma gana incondicional de superá-Ios. De acordo com
Luís da Câmara Cascudo em Locuções Tradicionais do Brasil, um dos primeiros brasileiros notórios a ostentar o atributo foi
dom Pedro I - em Portugal, dom João lI. A origem da expressão também chegou ao
país vinda de terras portuguesas. "Tanto valia ser godo e neto dos
antigos conquistadores como ter os olhos abrasados", escreveu o autor João
Ribeiro. A diferença é que em Portugal o termo era usado em sinal de
fidalguia. No Brasil, no entanto, ele denuncia homens audaciosos e corajosos.
CAROLINA SILVA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
2. “Amarrar o bode”
Depois de preso, o bicho fica arisco e
perigoso
Quando dizemos que alguém amarrou
o bode é porque a pessoa está de cara amarrada, mal-humorada, ranzinza e muito
irritada. A origem da expressão deriva do próprio comportamento do animal que
dá nome à expressão. Normalmente criados em liberdade perambulando pelo pasto,
quando amarrados, os bodes se tornam impacientes e rebeldes e dão início a um
verdadeiro berreiro. A expressão é usada, então, para indicar a insatisfação de
alguém perante determinada situação. Mas o termo pode ainda ser usado para
indicar o fim da liberdade (amorosa), no momento em que um casal resolve
assumir um relacionamento sério. C. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
3. “Sangria desatada”
No século 16, era sangue para
todo lado
Ainda antes de Hipócrates, durante
o século 5 a.C., os médicos tinham o costume de sangrar o paciente para expelir
os agentes da doença que o acometia. Mas, às vezes, a prática saía pela culatra
e o doente embalava num sangramento que podia o levar à morte. Essa
hemorragia, também conhecida como fleborrexis, ainda era praticada no século
16. "É verdade que há pouco roguei em uma carta que não sangrasse
mais!", escreveu a madre Maria Bautista à priora de Valladolid, na
Espanha. Esse sangramento descontrolado exige cuidados rápidos e eficientes.
Assim, quando dizemos que alguma coisa não é uma "sangria desatada",
estamos querendo dizer que ela não precisa ser resolvida com urgência
desmedida. JOANA SANTOS. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
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