No mundo inteiro, o grupo da faixa 50+ é considerado o com maior patrimônio líquido coletivo, uma população que tem um grande potencial consumidor
O Brasil está passando por uma transformação demográfica sem precedentes que está moldando sua economia, sociedade e cultura. Com o envelhecimento da população e a taxa de natalidade em declínio, o país está se tornando um dos protagonistas na economia prateada.
A economia prateada, também conhecida como economia sênior ou economia da terceira idade, refere-se a um segmento econômico que se concentra nas necessidades, desejos e atividades econômicas da população madura. Ela abrange uma ampla gama de produtos, serviços e indústrias que atendem às necessidades específicas desse grupo que está em crescimento à medida que a população envelhece em muitos países.
Não
é preciso observar muito para perceber que o Brasil está se tornando um país
idoso. Em 2021, o IBGE registrou o menor número de nascimentos desde 2003,
enquanto a expectativa de vida do brasileiro cresceu 40% nos últimos 60 anos.
Isso significa que há menos nascimentos e que as pessoas estão vivendo mais
tempo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2030 o Brasil
terá a quinta população mais idosa do mundo.
Esse
fenômeno é conhecido como a “inversão da pirâmide etária”. Anteriormente, a
base da pirâmide populacional era composta por jovens, enquanto os idosos eram
uma minoria. Agora, a base está diminuindo, e a parte superior, representada
pelos idosos, está crescendo. Essa inversão tem implicações significativas para
a economia e a estrutura social do país.
O
poder da economia prateada no Brasil
A
economia prateada no Brasil é uma força em crescimento. Segundo o Sebrae, as
pessoas com mais de 60 anos já são responsáveis por 20% do consumo nacional.
Além disso, dados do World Data Lab revelam que a economia prateada já
movimenta 15 trilhões de dólares por ano, tornando-se a terceira maior
atividade econômica do mundo.
Outro
ponto importante é que a grande maioria do público sênior no Brasil possui
renda própria. No estudo Elas 45+ da Estúdio Eixo, onde desdobramos sobre os
desafios e oportunidades do público feminino maduro no Brasil, descobrimos que
cerca de 86% das pessoas com mais de 55 anos têm fontes de renda, e esse número
sobe para impressionantes 93% entre aqueles com mais de 75 anos. Além disso,
63% das pessoas na faixa dos 60 anos são provedoras de suas famílias. Isso
torna o público sênior um dos segmentos com mais dinheiro disponível para
gastar.
No
mundo inteiro, o grupo da faixa 50+ é considerado o com maior patrimônio
líquido coletivo. É uma população que tem um grande potencial consumidor e só
tende a se fortalecer mais nos próximos anos, na medida que o país envelhece.
Entretanto,
apesar de a economia prateada ter uma participação considerável e crescente na
nossa economia, ainda falta uma oferta adequada de produtos e serviços
direcionados ao público sênior no Brasil. A maioria das empresas se concentra
em atender os millennials, ignorando uma grande parcela da população que busca
por produtos que atendam às suas necessidades.
Hoje,
63% dos negócios têm os millennials como alvo, e a cada 10 consumidores
brasileiros acima de 55 anos, 4 sentem falta de produtos e serviços voltados
para eles. Ou seja, existe um desequilíbrio claro de oferta e demanda, a
pergunta aqui é: até quando?
Estamos
tendo a chance de observar a primeira geração que reivindica seu direito de
envelhecer da maneira que quiser. O público sênior quer produtos e serviços que
atendam suas necessidades e desejos, eles querem se sentir representados e
incluídos na sociedade. Essa inclusão não beneficia apenas os idosos, mas todo
o sistema, pois promove uma economia mais robusta e inclusiva.
A
economia prateada representa uma oportunidade valiosa que requer uma resposta
proativa das empresas e da publicidade. Ao reconhecer o potencial econômico e
social da população idosa, podemos criar um país mais inclusivo e preparado
para enfrentar os desafios e oportunidades do envelhecimento da população.
Pensar em economia prateada, ao contrário do que muitos pensam, não tem nada a
ver com pensar no passado, é olhar para o futuro.
google imagens
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Fonte: baseado em Kika Brandão Co-CEO
do Estúdio Eixo
https://www.meioemensagem.com.br/opiniao/economia-prateada-o-poder-economico-da-populacao-45-no-brasil