sábado, 31 de março de 2012

De onde vem algumas expressões populares? (Parte VI)


Compartilho mais algumas expressões interessantes da linguagem que circulam entre nós e que marcam a riqueza histórica de nossa língua.Nesse final de semana publico a sexta e penúltima parte. Expressões como: a preço de banana; sair à francesa; cavalo paraguaio; bode expiatório, chorar as pitangas e na rua da amargura, estão definidas. 

Uma das principais fontes de pesquisa foi o  Site do Prof Nélson Sartori que resgata os conceitos de revistas especializadas como LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO e AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril   

31. “A preço de banana”
Portugueses criaram a expressão no Brasil
Usamos a frase "a preço de bana­na" quando encontramos um artigo com preço baixo, mas tão baixo, que nem dá vontade de pechinchar. Essa expressão remonta ao descobrimen­to do Brasil: ao chegar aqui, os por­tugueses encontraram bananeiras produzindo naturalmente, sem que fosse necessário plantá-Ias.
 Durante a colonização, era comum encontrar a fruta em propriedades agrícolas e quintais, pelo simples mo­tivo de que as bananeiras são plantas de fácil cultivo em climas quentes e úmidos. A abundância fez com que a fruta não atingisse altos valores comerciais, e assim a banana virou sinônimo de produto barato. E.G. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


32. “Sair à francesa”
A França detesta a expressão portuguesa
Quando alguém vai embora de fininho, dizemos que "saiu à france­sa". O único consenso a respeito da origem da expressão é que ela já era recorrente em Portugal no fim do sé­culo 18. Décadas depois, os especia­listas decidiram que a frase era uma derivação da palavra "franquia", um imposto sobre exportação cujo paga­mento agilizava a saída dos portos.
 Uma segunda tese diz que a frase surgiu na época em que a língua fran­cesa era muito pouco conhecida em Portugal. Por isso, dava no mesmo deixar uma reunião sem se despedir ou dizendo "adieu". Os franceses é que não gostaram nada da frase. Para eles, "sair à francesa" virou "sair à inglesa". Isso é que é política de boa vizinhança! LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


33. “Cavalo paraguaio”
Frase usada no futebol teve origem no turfe
Quem é fã de futebol provavel­mente já chamou de "cavalo pa­raguaio" um time que começa um campeonato vencendo as partidas, mas perde desempenho ao longo dos jogos. A expressão nasceu no turfe, que utilizava a frase com o mesmo sentido. Ao longo do tempo, ela se transferiu para o mundo da bola.
 Mas por que paraguaio? A nacio­nalidade dada aos pobres cavalos e times de futebol que decepcionam a torcida vem do fato de nós, brasileiros, atribuirmos uma péssima fama aos produtos vindos do Paraguai. Seriam sempre objetos falsificados, que pare­cem funcionar bem no começo, mas logo apresentam problemas. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


34. “Bode expiatório”
Antigos rituais judaicos inspiraram a expressão
Atualmente, chama-se "bode ex­piatório" uma pessoa inocente sobre quem recai a culpa de algum acon­tecimento ou calamidade. A origem dessa expressão está registrada na Bíblia (mais precisamente no livro Levítico, capítulo 16) e remete a um antigo ritual da tradição judaica denominá-lo "Dia da Expiação". Funcionava assim: os sacerdotes levavam ao templo de Jerusalém dois bodes. Por sorteio, escolhia-se um deles para ser degolado e quei­mado em sacrifício ao Senhor, o outro animal recebia todos os pecados cometidos pela comunidade. O sacerdote colocava a mão sobre a cabeça do bicho e confessava as faltas das pessoas. Logo depois, o bode era abandonado ao relento no deserto. Com isso, o povo de Israel ficava purificado. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


35. “Chorar as pitangas”
Frase é versão brasileira de um provérbio português
Desde suas origens, essa expres­são tem o sentido de "queixar-se", "lamuriar-se". Ela surgiu no Brasil como uma adaptação, influenciada pelos povos indígenas, de uma frase portuguesa muito usada entre os lusi­tanos: "chorar lágrimas de sangue".
Na língua tupi, a palavra "pitan­ga" significa "vermelho". Assim, cho­rar as pitangas seria o mesmo que verter muitas lágrimas, até os olhos ficarem avermelhados. De acordo com o folc1orista Luís da Câmara Cascudo, em seu livro Locuções Tra­dicionais do Brasil, "a imagem asso­ciada impôs-se: 'chorar pitanga' pelo lusitano 'chorar lágrimas de sangue', na sugestão da cor". L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


36. “Na rua da amargura”
 PALAVRAS QUE TÊM ORIGEM NA AGONIA, NÃO SÓ QUANDO RELACIONADAS À MORTE
 Estar na "rua da amargura" é padecer de grande sofrimento, en­frentar dissabores na vida. A ex­pressão alude à caminhada de Cris­to, coroado de espinhos e vergado por pesada cruz, desde o Pretório de Pilatos - onde foi condenado - até o alto do Calvário, onde foi crucificado. Calvário,Calvaria em latim, é Golgota aramaico. Em grego, é Kraniou Topos, a colina ou platô onde havia            uma pilha de crânios - ou o aci­dente geográfico parecido com um crânio; calva é o crâ­nio, como você sabe.
 Esse tenebroso percurso, reverenciado pela Igreja como Via Sacra, possui 14 esta­ções, cada uma descrevendo uma cena da Paixão que deve merecer contrita me­ditação do fiel católico.
Truculentos soldados roma­nos açoitando Cristo, a terna presença de Maria, o socor­ro de Simão Cireneu e o alívio dado por Maria Madalena.
Na linguagem comum, e mal comparando com tamanho padecimen­to, também nós, pobres humanos, co­nhecemos momentos,de aflição e so­ mos obrigados a cumprir trajeto áspero e doloroso. O lenitivo,          nessas jornadas, é recordar o antigo ditado de que, as­ sim como não há bem que não se acabe, não há mal que sempre dure.   Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )

quinta-feira, 29 de março de 2012

ENTREVISTA COM LÊ GUEDES!!! Músico e compositor pernambucano

Lê é nosso!!! Conheçam! Entrevista no blog www.caixaacoustica.blogspot.com (recomendo)

Gosto de colocar a famosa frase "de Pernambuco para o mundo". 

Ele Ainda me cita na entrevista!!!!!!

-Você citou alguns parceiros, como a Maria Izilda e a Nô Stopa. Quem são seus outros parceiros ? E com quem você gostaria de compor ?
Maria Izilda é uma ótima compositora. Gosto muito das idéias, dos textos que ela apresenta junto com sua filha, Nô Stopa. Outro parceiro é um músico chamado Wesley Nóog. Tenho duas músicas gravadas em parceria com ele. Agora pensando em trabalhos futuros, tenho nomes de alguns compositores que possivelmente vou incluir no terceiro cd. É o caso da Carmen Lúcia, que é professora e escritora pernambucana, e daí, talvez, já saia um frevo, ciranda ou algo do gênero..................

Bjo Lê Guedes e muito sucessooooo!!!!


 Fonte: http://www.caixaacoustica.blogspot.com.br/2012/03/entrevista-com-le-guedes.html


Por Mael Júlia

Lê Guedes é um músico e compositor pernambucano, radicado em São Paulo há algum tempo, e onde constrói sua carreira musical cantando coisas simples, fundamentais e reflexivas, aliado ao bom gosto e com sonoridade calcada no MPB, devidamente registradas em seu primeiro disco "Um Arco-Íris na Estrada". Nessa entrevista exclusiva, descobrimos um pouco mais de sua trajetória, a vinda para São Paulo, seus parceiros de composição, curiosidades e sobre seu segundo trabalho, chamado "Evolução" com previsão de lançamento para final de Março.

-Faça uma pequena apresentação sua.
Lê Guedes: Eu me chamo Alexandre Guedes Ramalho. Nasci em 05 de Março de 1975, sou natural de Recife (capital de Pernambuco)mas fui criado em Olinda. Tive também uma boa passagem na cidade de Maceió, em Alagoas.

- Quanto tempo viveu em Maceió ?
Fui, com 9 anos de idade, para Maceió em 1984 e morei 8 anos. Tenho boas lembranças de lá! Em 1992, retornei para Olinda com 16 anos.

-Depois que voltou para Olinda, ficou quanto tempo por lá? E por quê você veio para São Paulo ? 
Não muito tempo, pois em Outubro de 1994, resolvi vir para São Paulo para ver meu pai que, na época, já estava morando aqui. Mas esse foi apenas um dos motivos, porquê já me despertava um desejo imenso de sair um pouco, de conhecer outros lugares. Vim sozinho, mas sempre com o violão nas costas.

-Você já pensava em ser músico, tocar por aí ?
Já vinha nascendo um grande interesse pela música, quando estava em Olinda, e comecei a aprender a tocar violão, que havia ganho de presente de minha mãe, ainda em Maceió! Certa vez, um tio meu havia ido passar férias na casa de minha mãe, e ele perguntou: "De quem é esse violão?" E minha mãe respondeu: "É do Alexandre, que deixou aí." Em seguida,  meu tio, retornando para Olinda, trouxe-me o violão de volta, e ele disse: "Você vai aprender a tocar violão!" Aí fui aprender.

-Quando começou a surgir as primeiras composições, sobre o que falavam ?
Nasceram as primeiras músicas com uns amigos que, também estavam aprendendo a tocar alguma coisa. Essas letras ainda existem e estão bem guardadas! Eram músicas bem simples... e com muitos erros de português. (risos)

- Como o quê, por exemplo ?
Ah, coisas de adolescente do tipo: " Somos dois adolescentes... precisamos entender por que desistiu. Não vá desistir agora, eu prometo fazer você feliz. Nosso amor é tão lindo e eu adoro o cheiro dos teus cabelos..." (risos) Meu Deus... era muito ruim. Isso está guardado debaixo de sete chaves. (risos) Mas, agora é diferente!

-E quais foram suas influências musicais ? O que te permitiu evoluir como músico e compositor ?
Bom... na verdade, sempre gostei de música. Principalmente, música brasileira. Mas aprecio muitos gêneros musicais, Rock, Pop, Xote, Reggae, Frevo, Ciranda, Samba... e por aí vai. Desde que tenha uma certa qualidade! Minha influência, talvez seja um apanhado de tudo isso. No meu primeiro Cd, toquei algumas baladas, gravei um reggae que tenho com Fernando Anitelli, tem outra canção em que tem uma presença sutil das  guitarras... Nesse segundo Cd, as guitarras estão mais presentes. Esse disco novo está bem Rock-pop. No terceiro, quero misturar algum frevo ou alguma ciranda talvez, e assim vai seguindo.


Lê Guedes e Vinicius Surian (ao fundo) 
 -Teve algum artista, ou algum momento, que foi fundamental para sua escolha de ser músico ?
Não digo, artista. E sim, a vontade de mostrar o que eu estava fazendo. Daí, resolvi seguir a carreira de músico e compositor, e poder cantar as minhas canções.

-Quais suas inspirações para compor ? O que te motiva ?
A inspiração vem do momento! Para mim, não funciona como uma regra. Minha motivação é de cantar e passar uma boa palavra adiante. Uma mensagem boa. Como muitas músicas estão sendo faladas na primeira pessoa, é claro que isso tem a ver comigo mesmo, com minha vida, minha história.


-Mas você sempre parte de uma idéia inicial ?
Não necessariamente! Na música “Arrisco”, por exemplo, a Maria Izilda me deu um texto, que não foi mudado nem uma vírgula, e a música ficou pronta. “Arco-Íris Diferente” já teve uma concepção. Na verdade, ela foi feita para a festa da escolinha da Maria Izilda, falando sobre a virada do milênio. Até que essa parceria se expandiu, quando a Nô Stopa (cantora e compositora) sugeriu acrescentar outras idéias, que se encaixaram com o perfil da música. “Como é Vital” foi inspirada em um momento vivido por mim. É assim que rola. No disco “Arco-íris” todas as músicas e as parcerias foram feitas de forma natural, sem a intenção de formar uma identidade, um rótulo.

-Você citou alguns parceiros, como a Maria Izilda e a Nô Stopa. Quem são seus outros parceiros ? E com quem você gostaria de compor ?
Maria Izilda é uma ótima compositora. Gosto muito das idéias, dos textos que ela apresenta junto com sua filha, Nô Stopa. Outro parceiro é um músico chamado Wesley Nóog. Tenho duas músicas gravadas em parceria com ele. Agora pensando em trabalhos futuros, tenho nomes de alguns compositores que possivelmente vou incluir no terceiro cd. É o caso da Carmem Lúcia, que é professora e escritora pernambucana, e daí, talvez, já saia um frevo, ciranda ou algo do gênero. Daqui de São Paulo, tem o músico e compositor Mael Júlia, que é um rapaz talentoso, e que está produzindo seu primeiro trabalho. Um grande amigo compositor chamado Edi Clapton, que conheci alguns anos atrás no bairro do Tatuapé. Além de manter os outros compositores. Mas, no momento, isso é uma coisa em construção, pois meu foco está virado para o meu novo cd, “Evolução”.

Lê Guedes e Nô Stopa: forças unidas em prol da música 

 -Os músicos que compõem a banda que te acompanha nos shows, são amigos de longa data, ou conheceu recentemente ?
Bom, eu gosto de ter a liberdade de trabalhar com muitos músicos, de variar as formações. Isso vai de acordo do tipo de trabalho que eu venha a desenvolver. Tem alguns músicos que já trabalham comigo há muito tempo, como há também músicos novos. Para o “Evolução”, vou contar com um novo guitarrista e um novo baterista.

-Quem ouvir o "Arco-Íris na estrada", perceberá uma característica de leveza que há nas músicas, e na temática da maioria de suas letras. Pois aborda muito o assunto da natureza como ela é, como se fossem cenas. O "Evolução" está muito diferente, ou ele tem certas coisas que remetem ao "Arco-Íris" ?
O novo Cd vem diferente sim, contudo, as digitais permanecem! Acredito que o disco esteja mais maduro. Isso não quer dizer, que o "Arco-íris” tenha sido um trabalho inferior. Pelo contrário, ele ficou tão bom quanto o "Evolução". Ainda mais que, a produção foi feita por mim e também pelo Pipo Pegoraro.

No estúdio, com o músico e produtor Pipo Pegoraro (à esq.) 

-O Pipo Pegoraro já é um músico ativo há um tempo com trabalhos interessantes. Como foi essa aproximação com ele, e o que ele acrescentou ao seu trabalho que você considera imprescindível ?
O Pipo é um grande amigo que a música me deu. Eu o conheço há, mais ou menos, 14 anos e lembro que nós frequentávamos o sarau do  Centro Cultural Elenko KVA. De lá conheci também, a Nô, o Wesley Nóog, o Fernando Anitelli, entre outros artistas de vários gêneros da  arte, todos com os mesmos sonhos, e isso aconteceu por volta de 1998. Mas só pude gravar meu primeiro Cd, 7 anos depois, com a produção só do Pipo. O segundo, fizemos a produção juntos!

-Como você vê a cena musical hoje em dia ? E o mercado fonográfico, você acha que ainda tem jeito, ou você acha que, com as ferramentas que se tem, como a internet, anula essa hipótese ?
Eu acho todos os caminhos válidos. A Internet ajuda bastante a divulgar o trabalho, de uma forma rápida, democrática e barata, acabando de certa forma com o monopólio das gravadoras. Hoje, você pode, muito bem, gravar a sua música, e ter a certeza de que vai fazer as pessoas ouvirem. Por outro lado, acontece que fica difícil se manter por muito tempo no mercado. Não por falta de qualidade do artista. E sim, porque hoje em dia, quem domina o mercado são os “medalhões” da música popular brasileira, e para quem está dentro do “esquema”, vai entender que eles tem mais importância do que os que estão na luta pelo próprio espaço. E muitos de nós, não tem condições de quebrar as exigências das gravadoras, rede de comunicação, empresários, etc.

Em show no CEU Vila Formosa em 2011 

 -Dos artistas, recentes ou não, quais você aprecia ?
Gosto muito do trabalho do Nando Reis, da Roberta Campos (que gravou com o Nando), da Bruna Caram... Tem uma galera nova e bacana nas rádios. Mas não tenho muita novidade de gosto e preferência.

-Antes de ser músico, você deve ter feito várias coisas. No que já trabalhou para ganhar a vida ?
Nossa... já trabalhei com coisas que não tem nada a ver comigo, como: ajudante de caminhão, empacotador de supermercado, guarda-volumes...

-É verdade que você já andou na rua vendendo livros ?
Sim. Isso foi em 1998, e tinha escrito um livro simples de poesia e saí vendendo nas mediações da Av. Paulista, na Vila Madalena, o que me ajudou muito no lado financeiro. Tive uma boa experiência com isso, aprendi muito, conheci muita gente. Mas não teve jeito. Acabei indo para a música, pois ela está no meu sangue.


 -O que você espera alcançar com seu trabalho ? Qual sua expectativa quanto à isso ?
Espero que as pessoas gostem, principalmente do novo disco, que foi muito sofrido, tanto no âmbito profissional, como no pessoal. Mas, mesmo com todos os obstáculos, ele está saindo, com o lançamento em breve. À respeito do que as pessoas vão ver, deixo aberto para cada um tirar suas conclusões, suas viagens, seus sonhos... Tudo que a música pode nos proporcionar. E a minha expectativa maior, é que eu tenha o meu espaço dentro da música popular brasileira.

-Onde você espera estar daqui a 5 anos ?
Daqui a 5 anos... Espero estar num patamar um pouco melhor. Como dizia Gonzaguinha: “Saúde e sorte”.


"Entrevista concedida à Mael Júlia, nos dias 16 e 19 de Março de 2012".

terça-feira, 27 de março de 2012

Dia Mundial do Teatro – 27 de Março

O dia mundial do teatro foi criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI), data da inauguração do Teatro das Nações, em Paris.
O marco principal do surgimento do teatro foi a reunião de um grupo de pessoas em uma pedreira, que se reuniram nas proximidades de uma fogueira para se aquecer do frio.
A fogueira fazia refletir a imagem das pessoas na parede, o que levou um rapaz a se levantar e fazer gestos engraçados que se refletiam em sombras. Um texto improvisado acompanhava as imagens, trazendo a ideia de personagens fracos, fortes, oprimidos, opressores e até de Deus e do diabo, segundo conta Margarida Saraiva, da Escola Superior de Teatro e Cinema, de Portugal.
A representação existe desde os tempos primitivos, quando os homens imitavam os animais para contar aos outros como eles eram e o que faziam, se eram bravos, se atacavam, ou seja, era a necessidade de comunicação entre os homens.
As homenagens aos deuses também favoreceram o aparecimento do teatro. Na época das colheitas da uva, as pessoas faziam encenações em agradecimento ao deus Dionísio (deus do vinho), pela boa safra de uvas colhidas, assim, sacrificavam um bode, trazendo para a comemoração os primeiros indícios da tragédia.
Os povos da Grécia antiga transformaram essas encenações em arte, criando os primeiros espaços próprios, para que fossem divulgadas suas ideias, as mitologias, agradecimentos aos vários deuses, dentre outros assuntos.
O gênero trágico foi o primeiro a aparecer, retratava o sofrimento do homem, sua luta contra a fatalidade, as causas da nobreza, numa linguagem bem rica e diversificada. Os maiores escritores da tragédia foram Sófocles e Eurípedes.
Nessa época, somente os homens podiam representar, assim, diante da necessidade de simular os papéis femininos, as primeiras máscaras foram criadas e mais tarde transformadas nas faces que representam a tragédia e a comédia; máscaras que simbolizam o teatro.
O gênero cômico surgiu para satirizar os excessos, as falsidades, as mesquinharias. Um dos principais autores de comédia foi Aristófanes, que escreveu mais de quarenta peças teatrais.
Nas primeiras representações, a comédia não foi bem vista, pois os homens da época valorizavam muito mais a tragédia, considerando-a mais rica e bonita. Somente com o surgimento da democracia, no século V a.C, a comédia passou a ser mais aceita, como forma de ridicularizar os principais fatos políticos da época.

Fonte: Por Jussara de Barros
http://www.brasilescola.com/datacomemorativas/dia-mundial-teatro27-marco.htm

domingo, 25 de março de 2012

Casa de Seu Jorge - dia 12 de abril - Show imperdível !!!!

Tibério Gaspar ganhador de grandes festivais de música no País e autor de "Samarina", "BR-3", "Teletema" e tantos outros sucessos da MPB de Qualidade, estará junto com outro monstro sagrado de nossa terra : André Rio e serão recepcionados por outro pernambucano : Zé Renato, na estréia do projeto "Sarau do Zé Renato" no próximo dia 12 de Abril, 5ª Feira, a partir das 21:00 na "Casa de Seu Jorge". 
Show imperdível !!!!

sexta-feira, 23 de março de 2012

De onde vem algumas expressões populares? (Parte V)

Leiam mais algumas expressões interessantes da linguagem que circulam entre nós e que marcam a riqueza histórica de nossa língua. Hoje publico a quinta parte de uma série de sete. Uma das principais fontes de pesquisa foi o  Site do Prof Nélson Sartori que resgata os conceitos de revistas especializadas como LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO e AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril .

25. “Cabra da peste”
Empregada para designar um indivíduo bom, confiável e, principalmente, corajoso, es­sa locução tipicamente nordestina em nada tem a ver com a coitada da fêmea do bode. Cabra, no Nordes­te brasileiro, é sinônimo de homem.
Assim, é comum na região expres­sões como "cabra bom", para se re­ferir a alguém decente, ou "cabra besta", para alguém considerado um orgulhoso sem razão.
Mas por que "da peste"? A ra­zão é que epidemias eram um mal muito comum na região no come­ço do século 20 e, com a falta de re­cursos da população, tornavam-se muito perigosas e levavam à morte.
Dessa forma, quando alguém ficava doente, todos se afastavam com medo de serem contaminados pelo "cabra da peste". A expressão acabou, mais tarde, tornando-se si­nônimo de alguém que, por sua va­lentia, causa medo nas pessoas, a ponto de afastá-Ias. LL. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


26. “Cor de burro quando foge”
 Frase é inspirada em ditado centenário
Várias espécies animais se trans­formam quando ameaçadas. O ca­maleão muda de cor. O polvo solta uma tinta escura que funciona como camuflagem. Não é esse o caso do burro. Portanto, a frase, muito usada em todo o Brasil para tratar de uma cor indefinida, não tem explicação no comportamento do bicho. A resposta mais provável para a origem do termo está em um registro feito no começo do século 20 pelo gramático Antônio de Castro Lopes (1827-1901), que docu­mentou o uso popular da construção "corro de burro quando foge". A repe­tição provocou uma frase que não faz o menor sentido, e que mesmo assim ficou consagrada. JUAN TORRES. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
 

27. “Onde Judas perdeu as botas”
 Lenda sobre o apóstolo deu origem à expressão
A Bíblia não faz nenhuma refe­rência às botas de Judas, o apósto­lo que, de acordo com os relatos do Novo Testamento, entregou Jesus Cris­to aos guardas romanos em troca de 30 moedas de prata - e depois, arre­pendido, acabou se enforcando.
Mas, de acordo com uma lenda popular, Judas escondeu seus calça­dos junto com o dinheiro, e esse local nunca foi encontrado. Daí que "onde Judas perdeu as botas" faz referência a um local difícil de ser encontrado. "Muitas vezes, algumas expressões idiomáticas ganham corpo baseadas em crenças da religiosidade popular, sem ter tradição bíblica ou teológica", diz Josias da Costa Júnior, mestre em Ciências da Religião da Universidade Estadual Paulista (Unesp). J.T. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
 

28. “Negócio da China”
Expressão surgiu com as Guerras do Ópio
Não é necessário ter muita ima­ginação para pensar no potencial de venda de qualquer lojinha em um país com 1,3 bilhão de pessoas. É por isso que, tanto hoje como no passado, os grandes países produtores querem atuar na China. No século 19, esse mercado gigantesco foi assediado pela Inglaterra, que estava no auge da Revolução Industrial e precisava de consumidores para seus produtos.
 Só que era difícil ter acesso ao país, que permanecia fechado ao Oci­dente. O jeito foi partir para a briga. Nessa época, aconteceram as Guerras do Ópio, em duas etapas (1839-1842 e 1856-1860). Vitoriosos, os ingleses impuseram o monopólio da comer­cialização do ópio com os chineses e ainda ocuparam a ilha de Hong Kong, só devolvida em 1997. Um negócio da China mesmo. JUAN TORRES. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
 

29. “Uma andorinha só não faz verão”
Frase vem de livro do filósofo Aristóteles
Geralmente, as expressões idiomá­ticas têm origem popular. Não é este o caso. A primeira menção conhecida ao ditado está no livro Ética a Nicômano, de Aristóteles (384-322 a.C.). Na obra, o filósofo grego escreve que "uma andorinha só não faz primavera", no sentido de que um indivíduo não deve ser julgado por um a.t° isolado.
 A escolha da andorinha não é ca­sual. Na busca por calor, essas aves sempre voam juntas, em grupos de até 200 mil animais. As maiores aglome­rações de andorinhas são vistas nas Américas. Em outubro, quando come­ça a esfriar no norte, elas percorrem 8 mil quilômetros até a América do Sul, de onde voltam em abril. J.T. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
 

30. “Cair nos braços de Morfeu”
Frase é inspirada no filho do deus grego do sono
De acordo com a mitologia da Gré­cia antiga, Morfeu era um dos mil fi­lhos de Hipno, o deus do sono. Assim como o pai, era dotado de grandes asas, que o transportavam em poucos instantes, e silenciosamente, aos pon­tos mais remotos do planeta.
O nome Morfeu quer dizer "a forma" e representa o dom desse deus: viajar ao redor da Terra para assumir feições humanas e, dessa maneira, se apresentar aos ador­mecidos durante os seus sonhos. É por isso que se costuma dizer, há vários séculos e nas mais diversas línguas: quem cai nos braços de Morfeu faz um sono tranquilo e reconfortante, como se realmente estivesse na companhia dessa di­vindade. ÉRICA GEORGINO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
 

domingo, 18 de março de 2012

PROJETO MEMÓRIA MUSICAL - PORTAL PUC-RIO DIGITAL

Para quem gosta de boa música e se interessa por sua história. Uma excelente dica é o programa Memória Musical, do Portal PUC-Rio Digital.  A sua primeira edição de 2012, recebeu o compositor Jorge Simas, famoso por tocar choro com seu violão de sete cordas.

Além do compositor Jorge Simas, outras entrevistas interessantes são: Antonio Adolfo – Piano; Leo Gandelman – Saxofone; Paulinho do Cavaco – Cavaquinho; Roberto Menescal – Violão; dentre outros.

Acessem o link http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/ .....e viajem!
Ao lado direito deste blog também tem o link da rádio.

Lugares Proibidos


Lugares Proibidos

Helena Elis

Eu gosto do claro quando é claro que você me ama
Eu gosto do escuro no escuro com você na cama
Eu gosto do não se você diz não viver sem mim
Eu gosto de tudo, tudo o que traz você aqui
Eu gosto do nada, nada que te leve para longe
Eu amo a demora sempre que o nosso beijo é longo
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby, com você já, já
Mande um buquê de rosas, rosa ou salmão
Versos e beijos e o seu nome no cartão
Me leve café na cama amanhã
Eu finjo que eu não esperava
Gosto de fazer amor fora de hora
Lugares proibidos com você na estrada
Adoro surpresas sem datas
Chega mais cedo amor
Eu finjo que eu não esperava
Eu gosto da falta quando falta mais juízo em nós
E de telefone, se do outro lado é a sua voz
Adoro a pressa quando sinto
Sua pressa em vir me amar
Venero a saudade quando ela está pra terminar
Baby com você chegando já

sexta-feira, 16 de março de 2012

De onde vem algumas expressões populares? Parte IV


Continuando a divulgação das expressões populares. A cada final de semana publico expressões mais conhecidas. Como já foi dito, a fonte principal é o site do professor Prof Nélson Sartori, que resgata os conceitos de revistas especializadas como LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO e AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril .
 Seguem mais seis expressões (quarta publicação): 


19. “Dar uma canja”
 Iniciais do Clube dos Amigos do Jazz originaram o dito
 Nos anos 60, o Clube dos Amigos do Jazz, entidade brasileira formada por fãs do gênero, era conhecido pela sigla Canja. Um dos costumes dos membros do clube era deixar seus instrumentos à disposição. Assim, os freqüentadores do local podiam se aventurar em apre­sentações de improviso. De "tocar no Canja” para "dar uma canja" foi um pulo - e hoje todo músico que partici­pa, de graça, de uma apresentação não planejada está "dando uma canja.
Corre entre músicos outra história para explicar a expressão: ela teria vin­do da famosa distribuição de sopa fei­ta aos mais pobres aqui no Brasil. As­sim como o prato era distribuído gra­tuitamente, os artistas que não rece­biam para subir ao palco estavam "dan­do uma canja”. A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



20. " Fazer o diabo a quatro”
Dizemos que fulano "fez o diabo a qua­tro" numa festa, por exemplo, quando queremos dizer que ele fez algo inacre­ditável ou uma grande bagunça. De acor­do com Reinaldo Pimenta, autor do li­vro A Casa da Mãe Joana, que explica a origem de palavras e expressões, esta nas­ceu na França (o original é fàire le dia­ble à quatre) durante a Idade Média.
 Nas peças de teatro daquela época, um dos personagens que sempre apare­cia era o diabo. Quando o autor das re­presentações queria fazer algum barulho, criava papéis para um ou dois diabos. Quando a idéia era causar espanto real­mente, fazer uma verdadeira bagunça na peça, escalava quatro diabos. "Daí o 'dia­bo a quatro' significar coisas espantosas, grande confusão", escreve Pimenta. CLÁUDIA DE CASTRO LIMA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



21. “Estar na pindaíba”
Liso, na pior, sem um tostão furado. Es­tar ou andar na pindaíba é não ter di­nheiro nem para õ essencial, passar por uma fase de grande penúria financeira.
Há pelo menos três explicações para a origem da frase. Uma delas é do lingüis­ta Batista Caetano, autor de Vocabulá­rio. Segundo ele, pindaíba é uma pala­vra de origem tupi que significa "vara de anzol" (pinda é anzol e iba, vara). Estar na pindaíba era dispor apenas de uma vara para a sobrevivência.
A outra versão, também de origem tupi, é do filólogo João Ribeiro, em A Língua Nacional:pindaíba era uma sel­va densa de cipós onde, às vezes, os ín­dios ficavam presos - ou seja, em gran­de dificuldade. A terceira explicação, por fim, é de Nei Lopes, estudioso de lín­guas africanas. De acordo com ele, a fra­se se incorporou ao português pela lín­gua quimbundo, falada em Angola. Pin­daíba viria de uma junção de mbinda, "miséria", e uaíba, "feia" - e significaria estar na mais completa miséria. BRUNO COSTA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



22. “Vale quanto pesa”
Duas origens são aceitas - uma delas é brasileira
A expressão significa dar valor a algo por meio de seu peso e substância. "Quer dizer que você não está pagan­do mais do que uma coisa de fato vale, nem um centavo a mais por grama ine­xistente", afirma Reinaldo Pimenta, au­tor de A Casa da Mãe Joana, livro que desvenda a origem de expressões.
Há duas origens para ela. Uma re­monta a uma lei medieval de povos do norte da Europa, que determinava que o assassino deveria pagar uma quantia em ouro ou prata à família do morto, calcu­lada sobre o peso do falecido. A outra ver­são é bem brasileira: na época do comér­cio de escravos, os homens ganhavam va­lor proporcional à idade e ao peso, características relacionadas à sua força. Por is­so, nos mercados de escravos, havia ba­lanças próprias disponíveis para aferir os quilogramas da "mercadoria”.  ADRIANA LUI. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



23. “ Fazer uma vaquinha”
Expressão está relacionada ao futebol e ao jogo do bicho
O ato de juntar algumas pessoas para co­letar um dinheirinho passou a ser conhe­cido como "fazer uma vaquinha' no sé­culo 20 por causa do futebol. Nas déca­das de 20 e 30, quase nenhum jogador de futebol ganhava salário - luxo só garan­tido aos atletas do Vasco da Gama.
 Nesses tempos bicudos, muitas ve­zes a própria torcida reunia-se a fim de arrecadar, entre si, um "prêmio" para agraciar os craques. A grana era paga de acordo com o resultado obtido em campo. Os valores dessas "bolsas" as­sociavam-se aos números do jogo do bicho, loteria criada nos fins do Impé­rio. Se arrecadassem 5 mil-réis, por exemplo, chamavam o prêmio de "um cachorro", já que 5 é o número do ca­chorro no jogo. Dez - mil réis eram "um coelho". Quinze mil-réis, "um jacaré". Vinte mil, "um peru". Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de "uma vaca". Nascia a expressão "fa­zer uma vaquinha". A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



24. “Rodar a baiana”
 Quando alguém ameaça com um "pare com isso ou eu vou rodar a baiana", qual­ quer pessoa discreta pára na hora ­ou, pelo menos, toma cuidado. A ameaça, na verdade, consiste em dar um escândalo público.
 Diferentemente do que possa parecer, essa expressão não tem sua origem relacionada à Bahia, e sim ao Rio de Janeiro. A região era palco, já no início do século 20, de famosos desfiles dos blocos de Carnaval.
 No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia roda­da e turbante na cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, apli­cavam um golpe de capoeira. As pes­soas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana rodar - e começar toda a confusão.. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)