segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Fragmentos de um ano que passou (Carmen Lúcia Couto)


Deixo para trás pedaços de um amor inacabado,
choros abafados, sentidos e calados.
Sensação que algo não terminou,
fragmentos de um sentimento abalado.

Ficaram perdidas palavras que não foram ditas,
frases desfeitas,
olhares gelados...
vidas esquecidas.

Na rua, o mundo segue.
Roubos, guerras, pobreza e fome.
Em cada semáforo que passamos
atravessa o vidro do automóvel uma súplica,
um vazio sem sentido!
Uma criança, uma mulher ou um homem perdido.
Virar o rosto, não vale!
Sonhar com um mundo melhor? 
Pode ser!
A união, a ajuda, a solidariedade, um abrigo,
uma força amiga...uma mão! 
Quero ver!!
Falamos tanto em inclusão, no respeito à diversidade,
em tolerância pelas pessoas especiais, 
pelos indigentes ou diferentes.
E nós? 
Onde estamos sendo “especiais” e “diferentes”?!

No Pais, a sociedade reclamou, gritou.
As passeatas tomaram as vias.
O gigante acordou, o povo pediu, a bagunça cresceu!
Mas em que deu?
Em um breve futuro saberemos onde isso tudo vai chegar.
É só aguardar!

Na cultura, grandes nomes se foram.
Deixando a arte e a música órfãs.
Fica a esperança da perpetuação de suas obras
e a lembrança dos bons momentos que nos proporcionaram.

Em mim, agrego a felicidade de quem está acesa ...viva!
O poder da mulher que trabalha,
da escritora que produz,
da mãe que cuida
e da amante, com prazer, mas sem luz.

Nessa época
começo a ter saudade
do parente que não vi,
daquele filme que esqueci de assistir
e da música que deixei de ouvir.
Quantas noites mal dormidas
por promessas não cumpridas!

Sinto falta de muita coisa que deixei de fazer,
que desisti sem nem mesmo tentar
e que disfarcei com um falso sorriso
para nenhuma lágrima derramar.

Sinto a ausência dos lugares que ainda não fui,
pessoas que não conheci!
amigos que perdi...
momentos que ainda não vivi.

Fragmentos de um ano que passou...
Reflexões, apertos de saudade, novos amigos,
paixões mal resolvidas, relacionamentos desfeitos,
casamentos, nascimentos e mortes.
Dias alegres, dias tristes,
dias....
Novo ano que surge e promessas de mudanças.
É tempo de renovar, criar, viver...sonhar!

 Que o nosso Natal seja de muita paz e que o Ano Novo nos traga a força para a renovação que estamos precisando e a união entre os povos.

 
 “devemos nos transformar na mudança que queremos ver no mundo” (Gandhi).

 google imagens

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O Nascimento de um Poema


Como funciona a sintonia de amigos, que mesmo em locais diferentes, conseguem fazer essa beleza de poema.
Em 3/11/2013 de início 00h10min término 02:00h

Equipe participante:

  


O nascimento de um poema

Duas garotas, Camila Rodrigues e Silvinha Régis, estavam em Tamandaré, praia do litoral sul de Pernambuco, tomando vinho, admirando a noite e a beleza do local.
Meia noite, Silvinha posta essa foto e a Camila escreve: “Eu queria saber fazer poesia, só pra legendar essa foto”.



Eu não resisti a esse convite e postei: “dei a deixa para Silvinha completar”:

Corpos que se atraem com o vinho...
...com o vício.
Solidão na noite
Esconde em cada gota
um amor...uma esperança
Teu destino, meu limite.
Meu calor, teu rumo.
Uma taça...uma gota...
Apenas mais um gole de lembrança

Entre nossas curtidas e comentários, o amigo cantor e compositor Zé Renato, entra na conversa e solta essa:

 O mesmo vinho que corre em nossas veias,
faz brilhar uma luz difusa entre dois copos
...e corpos iluminados....

Mais comentários e curtidas e a Silvinha, lá em Tamandaré, se inspirando.
De repente, posta essa maravilha e ainda se atreve a me pedir para completar.

Fecho os olhos e aquele cheiro
Volta no vento, puro sal
Que lambe e gruda na pele à míngua
Como maresia e saudade
No peito vem vertido o azul 
De um céu que já dormiu
Sonho de estrelas reluz na taça
Recobrando em goles e sorrisos
O amor que simples e nele só
Compôs síncopes e suspiros
Mas em ondas veio e ficou...

Então registro: “ai...ai...que mais dizer?”
Mesmo assim, ainda coloquei a frase:
E meu corpo, completamente, dominou!
Achando que estava encerrado!

Não se dando por satisfeito, o Zé Renato
posta mais uma parte para nosso poema.:

O vento me trouxe teus desejos,
lampejos de mentes cristalinas.
A areia veio soprando teu corpo penetrando em minhas vestes,
e rapidamente viestes sorrindo,
simplesmente, trazendo muita emoção
pra encantar meu coração !

Ao final, ficamos emocionados com o resultado que vai ser uma música. O título Tanino, foi sugerido por Silvinha.
Aguardem!
Pra concluir, segue o poema completo (sujeito a alteração) com autoria de Carmen Lúcia Couto, Silvinha Regis e Zé Renato. E todo o mérito da Camila Rodrigues que deu a ideia da criação a partir da foto.

Isso que dá ficar no face madrugada a dentro, com ou sem vinho!!!!


Tanino
(Carmen Lúcia Couto, Silvinha Régis e Zé Renato, inspirados por Camila Rodrigues)

Corpos que se atraem com o vinho...
...com o vício.
Solidão na noite
Esconde em cada gota
um amor...uma esperança
Teu destino, meu limite.
Meu calor, teu rumo.
Uma taça... mais uma gota...e
Apenas mais um gole de lembrança
O mesmo vinho que corre em nossas veias,
faz brilhar uma luz difusa entre dois copos
...e corpos iluminados....
O vento me trouxe teus desejos,
lampejos de mentes cristalinas.
A areia veio soprando
teu corpo penetrando em minhas vestes,
e rapidamente viestes sorrindo,
simplesmente, trazendo muita emoção
pra invadir minha alma
e fazer feliz meu coração

Fecho os olhos e aquele cheiro
Volta no vento, puro sal
Que lambe e gruda na pele à míngua
Como maresia e saudade
No peito vem vertido o azul 
De um céu que já dormiu

Sonho de estrelas reluz na taça
Recobrando em goles e sorrisos
O amor que simples e nele só
Compôs síncopes e suspiros
Mas em ondas veio e ficou...
E meu corpo, completamente, dominou!