terça-feira, 28 de abril de 2020

DIA INTERNACIONAL DA EDUCAÇÃO

Muito me orgulho de fazer parte da comunidade educadora. 


No dia 28 de abril comemora-se o Dia Internacional da Educação, um marco para ser fonte de reflexão sobre o tema. Entenda mais sobre a sua importância.*

O acesso à educação de qualidade é um dos direitos básicos de todo ser humano. O aprendizado, a possibilidade de estimular habilidades socioemocionais e o desenvolvimento da compreensão técnica, da linguagem e do raciocínio são fatores muito importantes para os indivíduos e para a sociedade.
No dia 28 de abril comemora-se o Dia Internacional da Educação, um marco para ser fonte de reflexão sobre o tema. Para lembrar a data, elaboramos este artigo, no qual explicaremos um pouco sobre a história desse marco.
Continue a leitura para saber mais!

Por que se comemora o Dia Internacional da Educação?

A data de 28 de abril ficou internacionalmente conhecida como Dia Mundial da Educação porque, neste dia, no ano 2000, foi realizado no Senegal o Fórum Mundial de Educação de Dakar. Diversos setores da sociedade associaram o evento a uma data comemorativa.
Na realidade, para a ONU, esse não é o Dia Internacional da Educação, mas apenas o aniversário do evento em Dakar. Como assim? As datas internacionais são decretadas pela Assembleia Geral da ONU. Para que uma data alcance essa notoriedade, ela deve ser votada e aprovada pela Assembleia. Então, a partir daí, passa a fazer parte do calendário da organização.
Pelo cronograma oficial, 28 de abril, é, na verdade, Dia Internacional da Saúde e Segurança no Trabalho.  Oficial ou não, muitas pessoas e instituições de ensino celebram a data. O importante é utilizá-la como uma oportunidade de reflexão sobre os caminhos da educação.

O que aconteceu no encontro em Dakar?

O objetivo do encontro em 2000, do qual participaram cerca de 180 países, era firmar um compromisso mundial pela educação básica, de modo que ela fosse ampliada. Para isso, 164 nações assinaram um documento, conhecido como “Marco de ação de Dakar, educação para todos: cumprindo nossos compromissos coletivos”.
O documento estabeleceu uma agenda para a educação, norteada em seis metas que deveriam ser seguidas pelas nações concordantes e alcançadas até 2015. À época, o número de analfabetos adultos era de 880 milhões, cerca de 20% da população mundial.
Além disso, a quantidade de jovens não escolarizados era de 113 milhões — dos quais, 110 milhões viviam em países em desenvolvimento.

Quais foram as metas estabelecidas para a educação?

São seis os objetivos assinalados pelo acordo de Dakar. Eles estão assim descritos na declaração:
  1. expandir e melhorar o cuidado e a educação da criança pequena, especialmente para as crianças mais vulneráveis e em maior desvantagem;
  2. assegurar que todas as crianças, com ênfase especial nas meninas e crianças em circunstâncias difíceis, tenham acesso à educação primária, obrigatória, gratuita e de boa qualidade até o ano 2015;
  3. assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos sejam atendidas pelo acesso equitativo à aprendizagem apropriada, a habilidades para a vida e a programas de formação para a cidadania;
  4. alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos até 2015, especialmente para as mulheres, e acesso equitativo à educação básica e continuada para todos os adultos;
  5. eliminar disparidades de gênero na educação primária e secundária até 2005 e alcançar a igualdade de gênero na educação até 2015, com enfoque na garantia ao acesso e o desempenho pleno e equitativo de meninas na educação básica de boa qualidade;
  6. melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar excelência para todos, de forma a garantir a todos resultados reconhecidos e mensuráveis, especialmente na alfabetização, na matemática e em habilidades essenciais à vida.

As metas foram cumpridas?

No Fórum Mundial de Educação de Dakar de 2000 foi acordado que em 2015, os países que assinaram a declaração deverão apresentar o relatório sobre os resultados. A ONU se encarregou de lançar oficialmente o “Relatório de Monumento Global EPT — Educação para Todos“. Este documento traz os resultados alcançados ao longo desse período e também os cenários que ainda precisam de melhoras.
O principal ponto destacado pelo documento é de que sim, muito progresso foi feito, mas os resultados ainda não são os desejados. O lado positivo, diz o relatório, é que o número de crianças e adolescentes fora da escola diminuiu quase pela metade desde 2000.
Estima-se que 34 milhões de crianças a mais tenham frequentado a escola em decorrência do encontro em Dakar. Ainda assim, a organização considera os resultados em 15 anos “moderados”. Segundo a ONU, ainda há 58 milhões de crianças fora da escola no mundo e cerca de 100 milhões de crianças que não completarão a educação primária.
Além disso, a desigualdade na educação também aumentou — ou seja, os mais pobres e desfavorecidos continuam sendo prejudicados e sofrendo as maiores consequências de um ensino pouco inclusivo.

Falta de investimento

Segundo o documento, a educação ainda não recebe aportes suficientes para que possa alcançar níveis de melhor qualidade e amplitude. Muitos governos aumentaram o investimento, mas poucos priorizaram a educação em seus orçamentos nacionais — a maioria não alocou o investimento de 4% a 6% do PIB ou de 20% do Orçamento recomendados para cobrir as lacunas do financiamento. O Brasil investiu cerca de 6,6% do PIB no setor.

Quais são os próximos passos?

Depois do relatório de 2015 foi criado um novo documento, assinado durante o Fórum Mundial da Educação, em Seul, na Coreia. Ele dá continuidade ao marco de Dakar e o prazo para cumprimento das metas é 2030. O Brasil foi um dos países assinantes.
Na nova declaração, mais de 150 países concordaram em investir de 4% a 6% dos seus PIBs na educação. Nesse caso, o Brasil cumpre a meta. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país investe 6,6% do PIB no setor.
Assim, o que deve ser melhor observado é a gestão desses recursos para que eles sejam empregados com maior eficácia na promoção da qualidade do ensino.
Dito isso, conhecemos os benefícios do Dia Internacional da Educação, uma oportunidade de reflexão para pais, alunos e educadores. É possível refletir sobre quais foram as metas alcançadas até agora e o que ainda pode ser feito para buscar avanços.
As respostas não são simples, mas ajudam a delinear um caminho no qual a valorização da educação seja peça-chave da construção de uma sociedade humana e repleta de equidade e respeito aos direitos humanos.

*Fonte:
https://escoladainteligencia.com.br/voce-conhece-o-dia-mundial-da-educacao-saiba-mais-sobre-a-data/

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Quarentena (Moraes Moreira)

Quarentena (Moraes Moreira)
Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida
Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mas atenção
O sentimento é profundo
Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito
De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estrupo
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não a todo dia
Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
As vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido
Até aceito a polícia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta
Com tanta coisa inda cismo….
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia

As coisas já forem postas
Mas prevalecem os relés
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres
O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não tem tempo, nem idade.
Uma homenagem a esse artista que admiro desde minha adolescência, de acordo com a jovem pan:os anos 1970 ao integrar o grupo Novos Baianos ao lado de Pepeu Gomes, Baby do Brasil e Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão. A partir de 1979, Moreira seguiu carreira solo. Nos versos de sua última interação nas redes sociais, o músico falava sobre os medos e pedidos diante da “pandemia que domina o mundo”. No post, Moreira também contava que estava em quarentena em casa, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. “Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para apreciação de vocês. Boa sorte”.