terça-feira, 3 de março de 2015

NEM SEI BEM O PORQUÊ!

 Essa não é minha, mas me identifiquei bastante. 
Autor:  NALDO VELHO

    Bebi todo o meu conhaque,
    fumei todos os meus cigarros,
    alguns nem eram cigarros,
    perambulei por toda a cidade,
    amei muitas mulheres,
    apesar de nem sempre
    tê-lo feito certo.
    Frequentei becos sombrios,
    templos, terreiros, sacristias,
    casas suspeitas e bares,
    conversei com mendigos,
    ambulantes, transeuntes,
    prostitutas e meliantes,
    gentes de todos os matizes,
    dei gargalhadas indecentes,
    enlouqueci diversas vezes,
    fiz discursos incoerentes,
    e nem sabia dizer o porquê!
    Dobrei muitas esquinas,
    injetei em meu corpo 
    uma boa quantidade de veneno,
    sufoquei em meu peito
    perdas e sentimentos,
    cultivei descrenças e heresias,
    e ao tropeçar num punhado
    de palavras vazias,
    morri a morte dos tolos.
    Renasci poeta...
    Até agora nem sei bem o porquê!

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