domingo, 8 de abril de 2012

De onde vem algumas expressões populares?... Final


Encerro hoje a postagem de algumas expressões populares. Espero que tenham aproveitado e, para quem não conhecia, ficou sabendo que existe o significado histórico para aquilo que costumamos dizer e nem imaginamos de onde vem ou foi aplicado. Aproveitem!



37. “Enfiar o pé na jaca”
EXPRESSÃO POPULAR GANHA CONTORNOS PITORESCOS NA PESQUISA POR SUA ORIGEM
 Quem enfia o pé numa jaca vai ter dificuldade em romper a casca da fruta. Se conseguir e chegar à polpa, pode saboreá-Ia, como muita gente faz, livrando-se dos caroços em cada gomo. Mas, realmente, não é a melhor maneira de comer jaca, há outras mais Civilizadas...
Essa rude opção alimentar, porém, nada tem a ver com a expressão enfiar o pé na laca. A história seria bem outra.
Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas do caminho para molhar a garganta com uma pinga. Quando se excediam e enchiam a cara, já bebuns, na hora de pegar o cavalo para ir embora às vezes acontecia, ao subir no animal e jogar a perna esquerda para montá-Io, errar e pisar no jacá - o cesto que levava as mercadorias - e, não raro, esborrachar-se de cara no chão.
Daí teria nascido a expressão: quando alguém bebia demais, dizia-se que enfiara o pé no jacá - no jacá! Jaca, a fruta, não tem nada com isso, nem que a novela da Globo quisesse enquanto esteve no ar...  Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )  



38. “Torcer o pepino”
 Provérbio chegou ao Brasil com os portugueses
 O provérbio "É de pequeno que se torce o pepino" é usado para transmitir a ideia de que, quanto mais cedo se ensina, melhores são os resultados, de que é na infância que se educa. Trata-se de um pro­vérbio antigo, que chegou ao Brasil, provavelmente antes de 1600, trazi­do pelos portugueses. Os lusitanos, porém, preferiam a variação "De pe­quenino, se torce o pé ao pepino".
Como o pepino era raríssimo em Portugal nesse período, tudo indica que o provérbio tenha se originado na França. De acordo com o escritor Luís da Câmara Cascudo, no livro Locuções Tradicionais no Brasil, pepi­no também podia significar, para os franceses, sentimentos como a pai­xão e os caprichos amorosos. L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril) 


39. “Onde a porca torce o rabo”
Camões já utilizava essa expressão em 1556
Usada para se referir a uma si­tuação difícil, cuja solução exige ha­bilidade, a expressão "Onde a porca torce o rabo" tem como explicação mais provável o costume antigo de torcer o rabo dos porcos quando eles incomodavam com seus guin­chos. Esperava-se que, assim, eles se calassem. Esses momentos de silêncio foram associados, então, a  momentos de tensão, os quais aca­bam exigindo concentração.
O certo é que essa expressão já era popular em Portugal em mea­dos de 1500: Podemos encontrá-Ia no Disparates da Índia, de Luís de Camões, escrito por volta de 1556:
"Na paz mostram coração'; Na guerra mostram as costas;! Porque aqui torce a porca o rabo". L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril) 


40. “Memória de elefante”
Inteligência do animal deu origem à expressão
 Empregada para elogiar quem tem facilidade de se lembrar de acontecimentos, a expressão tem a ver com a capacidade do animal de reconhecer rotas e outros ele­fantes mesmo quando separados por décadas. Seguindo essa versão, uma frase do escritor Hector Saki, de 1910, ajudou a popularizar a ci­tação: "Mulheres e elefantes nunca esquecem uma ofensa". Nascido em Burma, ele era familiarizado com o animal. O filme No Caminho dos Elefantes, de 1954, mostra a histó­ria de uma mansão construída no Ceilão, na rota que esses animais faziam para beber água. Embora tivessem sido guiados por outros caminhos, eles sempre refaziam o original. CAMILA STAHELIN. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



41. “Presente de grego”
 Cavalo de Troia motivou o surgimento da frase
 O termo, usado quando se re­cebe algo indesejável, tem ligação com a lendária Guerra de Troia. Os gregos, fingindo abandonar o conflito, deixam um cavalo de ma­deira nas muralhas de Troia, que acaba levado para a cidade pelos moradores. À noite, os soldados escondidos no cavalo derrotam os troianos. Ao narrar a guerra, Virgílio escreveu, no século 1 a.C.: "Temo os gregos até quando tra­zem presentes". No Brasil, uma das mais antigas referências é de Machado de Assis, em 1880: "Certo é que os diamantes corrompiam­-me um pouco a felicidade; mas não é menos certo que uma dama bonita pode muito bem amar os gregos e os seus presentes", C. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)

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Fonte: Uma das principais fontes de pesquisa foi o  Site do Prof Nélson Sartori que resgata os conceitos de revistas especializadas como LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO e AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril .

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