domingo, 20 de outubro de 2013

Workaholic – o que as empresas estão pensando sobre esse profissional*


Workaholic é uma gíria em inglês que significa alguém viciado em trabalho; um trabalhador compulsivo e dependente do trabalho. Um indivíduo workaholic geralmente não consegue se desligar do trabalho, mesmo fora dele. Muitas vezes deixa de lado seu parceiro, filhos, pais, amigos e família. Seus amigos acabam sendo apenas os que convivem no ambiente de trabalho.  Esse tipo de pessoa sofre e acaba tendo uma qualidade de vida muito ruim, pois as pressões do dia-a-dia e a auto-estima exagerada fazem com que este tipo de profissional tenha insônia, mau-humor, impotência sexual, atitudes agressivas em situações de pressão e pode chegar a causar depressão, entre outros efeitos nocivos.
Um dos maiores receios de um workaholic é o medo de fracassar, esse medo faz com que ele se condicione e continue sempre dando o melhor de si na busca por resultados. Porém, os workaholics estão perdendo espaço, uma vez que as empresas estão cada vez mais preocupadas com a saúde do seu funcionário e em ajudá-los a equilibrarem sua vida profissional com a pessoal. Outra coisa: o workaholic também consome muitas horas extras, o que também prejudica a empresa.
Especialistas questionam o fato de longas jornadas de trabalho serem sinônimo de produtividade e resultados positivos. No fim de semana, o profissional acessa o e-mail da empresa e resolve algumas pendências. Na segunda-feira, fica três horas a mais na sede da organização, na terça faz outras duas extras, assim como na quarta e na quinta. Quando chega o último dia da semana, ele está tão cansado que não consegue fazer o serviço render e ainda compromete a qualidade de seu trabalho.
Como afirma Lourdes Lovison, gerente de projetos da Advis consultoria de Recursos Humanos: “seria imprudente, no entanto, afirmar que as empresas não gostam de profissionais extremamente disponíveis e capazes de serem acionados a qualquer momento. As organizações continuam amando o workaholic, aquele que não fica chateado em ser chamado no sábado, que não se importa de cancelar compromissos pessoais e que fica até mais tarde com frequência. Não dá para achar que o empregador quer cortá-los. Mas isso não quer dizer que seja produtivo para nenhuma das partes.”
         Pena que só servem enquanto são os “inocentes úteis”, porque qualquer deslize, erro ou desentendimento no trabalho será considerado tão ruim como qualquer outro. Se adoecer, então, adeus! Esse não serve mais! Observem a seguir.
Vários são os riscos de trabalhar em excesso, abaixo relaciono alguns deles:
— Os colegas se afastam e a pessoa pode virar objeto de chacota. O workaholic passa a imagem que está querendo aparecer para a chefia. Sua conduta pode dizer nas entrelinhas que os colegas são preguiçosos ou displicentes com suas tarefas.
— A empresa fica preocupada com um futuro afastamento por doença ou processo trabalhista. E nem sempre vê esse funcionário como esforçado ou dedicado. Pode encará-lo como alguém limitado e que não tem competência para cuidar de suas tarefas durante o horário de expediente.
— Nem sempre a culpa é do funcionário. Essa posição de workaholic pode ser imposta pela empresa por diversos motivos. Há organizações ainda hoje que adotam a política do "terror", de ameaças constantes de demissões.

Algumas razões que levam a pessoa a essa situação:
— A insegurança pode ser um dos motivos que levam alguém a se tornar workaholic. O medo de ser demitido leva o profissional a querer produzir por si e pelos outros.
— A pessoa que é muito autocrítica e cobra muito de si mesma. Ela nunca acha que seu trabalho está bom o suficiente, por isso trabalha mais do que o necessário para se superar.
— Problemas em casa: ao estender a jornada, a pessoa evita outros ambientes em que as coisas não andam bem.
— Não saber estabelecer prioridades. Há quem realmente tem dificuldade em organizar o seu tempo.
—"Quem não é visto, não é lembrado" é o lema do profissional que acredita na promoção por contato com o gestor.
— Perfil muito competitivo: aquele profissional que teme ser superado pelos colegas. Ele acredita precisar mostrar que trabalha mais do que os outros.
— O profissional que não sabe trabalhar em grupo, delegar ou dividir funções acaba sobrecarregado (e, consequentemente, trabalhando demais).

Papel do RH
— Quando uma situação dessas é detectada, a área de recursos humanos precisa intervir.
— Não adianta apenas proibir horas extras ou trancar o escritório em um determinado horário. Para saber como mudar esse quadro, o RH precisa atuar de maneira estratégica.
— Conversar com o funcionário para entender a origem do problema dele é fundamental.
— No caso de insegurança, indefinição profissional ou ainda falta de capacidade para eleger prioridades ou dizer não, o acompanhamento de um coach pode ser a solução.
— Caso o problema seja da empresa, o profissional precisa ser assertivo e ter elementos concretos na hora de colocar o tema para a área de RH. Por exemplo, fazer uma lista de tarefas com o tempo necessário para cada uma ser realizada, um relatório detalhado sobre os elementos e a infraestrutura necessários para um projeto. Além de uma descrição passo a passo da atividade solicitada com as tarefas e etapas essenciais para se chegar ao resultado esperado.

Em artigo da Revista Exame (Agosto de 2011), “Workaholic: de herói a vilão”, postado por: MSA RH - Categoria: Comportamento, afirma-se que o workaholic é visto como um profissional moralmente manco, que penaliza os demais pela sua própria falta de planejamento.

Pode-se citar um exemplo: um talentoso jovem profissional brasileiro, recém chegado aos Estados Unidos, cheio de gás, ralou sem trégua dias seguidos no novo trabalho. Queria impressionar a direção: todos os dias ele entrou mais cedo e saiu mais tarde, com almoço de 20 minutos, fim de semana nem pensar. Estava crente de que abafava, mas levou um tremendo susto. Chamado pela gerência para uma conversa séria, ouviu a advertência: ou diminuía aquele ritmo alucinado ou seria demitido. A sua atuação frenética não interessava, provocava estresse nele próprio e em todos à volta. Pior: dedicar tantas horas ao trabalho para fazer algo que os demais colegas resolviam dentro do expediente era sintoma de baixa produtividade ou incompetência.

Foi-se a moda em que o workaholic, era valorizado pelo mercado. Hoje banido à vala comum dos viciados, seus integrantes perfilam ao lado dos alcoólatras, drogados e de uma nova classe em ascensão, os fumantes, na categoria “indesejável social”. Pessoas que fazem do trabalho a razão de ser na vida não são propriamente uma novidade. E, contabilizados ganhos e perdas, pesaram bem mais as segundas. Assim, de herói, o workaholic virou vilão. Mas é preciso cuidado nessa rotulagem. Nem sempre é fácil distinguir um trabalhador legitimamente dedicado de um workaholic. Um médico que se entrega de corpo e alma durante 70 horas por semana à saúde de seus pacientes pode ser menos viciado em trabalho que um contador que se dedica 40 horas aos livros de caixa. Nesse caso, o que define o viciado é o tipo de vida que leva fora do trabalho. Assim, por exemplo, o médico laborioso ao extremo pode ter uma equilibrada vida social e familiar, enquanto o contador pode ser do tipo que não quer nem voltar para casa. O workaholic sobe uma escada que o conduz à compulsão. O que o diferencia dos demais trabalhadores é a capacidade de se apaixonar pelo processo em si, o que inclui um desempenho interminável e neurótico em seu fazer. 


Para concluir, antes da pesquisa, o que se sabe é que o trabalho quando adequado ao seu perfil profissional e associado a outras variáveis como: bom ambiente físico, boa liderança, salário atraente etc, são fatores de satisfação para o indivíduo. Mas usar isso como o foco principal da vida, é perigoso, porque as empresas, inconstantes que são, por qualquer motivo dispensam o funcionário (e a culpa de qualquer coisa que aconteça, é sempre dele). Então deve-se procurar um equilíbrio entre a vida social, familiar e o trabalho. Com certeza essa harmonia só trará benefícios à qualquer pessoa que se encontra, ainda, exercendo suas atividades profissionais.
Boa Sorte!

PESQUISA
Uma pesquisa (em 2011) da CareerBuilder com mais de 3.065 profissionais mostra que muitos desses profissionais estão experimentando os sinais de perigo do vício em trabalho. A semana de trabalho de 40 horas é um mito para a maioria dos funcionários. Outros indicadores incluem constantemente levar trabalho para casa, falar ou pensar o tempo todo sobre o negócio, e, literalmente, sonhar com o trabalho à noite.
Segundo Rosemary Haefner, vice-presidente de recursos humanos da CareerBuilder, “com o aumento da demanda nas empresas e maior acessibilidade por meio de dispositivos móveis, a jornada de trabalho, literalmente, nunca termina para alguns trabalhadores".
A seguir está o resultado da pesquisa  - Workaholismo em ascensão.


                                                  52% dos trabalhadores dizem que colocam mais do que 40 horas por semana, 
14% colocam mais de 50 horas por semana



51% dos funcionários dizem que suas cargas de trabalho têm aumentado ao longo dos últimos seis meses

 27% dos trabalhadores não têm tido um dia de folga ou doente nos últimos anos. 


26% dos trabalhadores tem problemas de saúde experientes ligados ao estresse no trabalho

  31% dos funcionários trazem trabalho para casa pelo menos uma vez por semana, 
10% dos funcionários trazem trabalho para casa, pelo menos a cada dois dias.

 24% dos trabalhadores dizem que quando se está em casa ou em um evento social,  ainda está pensando em trabalho.
 19% dos trabalhadores dizem que muitas vezes sonham com trabalho.

16% dos trabalhadores dizem que a maioria de suas conversas, mesmo em casa ou em grupo, tendem a focar no trabalho.



 22% dos funcionários dizem que não têm tempo para perseguir interesses pessoais, porque eles estão sempre trabalhando


12% dos trabalhadores dizem que a quantidade de tempo que eles gastam em tarefas relacionadas com o trabalho está causando atritos com a família.
9% dos trabalhadores dizem que estão mais preocupados com a aprovação de seu chefe do que de sua família 


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*O conteúdo do texto foi pesquisado nos sites abaixo:



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